Texto avulso: suporte original papel almaço

“Lágrimas da Velhice”

Lágrima dorida, amarga, desoladora!

Essa lágrima não se assemelha ao orvalho que à manhã da vida, semeia como pérolas cintilantes […] os leves vestígios dele, depressa seção [?] desaparecem ao sopro da vibração, e dos sonhos auspiciosos do amor!…

Não! Ah! essa lágrima é aflitiva! Essa lágrima é o resumo de quanta dor na vida, de quanta amargura nos punge a alma, de quanta mágoa nos dilacera a alma!!! Essa lágrima, que a dor espreme na âmbula [vaso que guarda os santos óleos] de quanta dor o mundo oferece. Oh! essa lágrima vertida na solidão, escondida a todos; porque ninguém comove ― como a lousa de um sepulcro ― árida como um deserto ― triste, e lúgubre como o som de um sino gemendo um morto que a terra vai fazer desaparecer para sempre!… Oh! essa lágrima… essa lágrima… é o transunto [retrato fiel] […]

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Fonte: A Arte Literária | Blog sobre a história da literatura e a literatura em geral – Sérgio Barcellos Ximenes – 04/12/2017